quarta-feira, 10 de junho de 2009

O "Outro" Dia-D


Tal como tinha noticiado aqui, o novo livro de Antony Beevor, que pode ser encontrado aqui, está a levantar alguma polémica, especialmente depois Beevor ter referido que o bombardeamento Aliado à cidade Francesa de Caen, durante o Dia-D, "esteve muito próximo de ser um autêntico crime de guerra".

Já pouco faltará para que os seus críticos - que o acusam de "apenas querer publicitar a sua obra"- também passarem a acusá-lo de "nazi" ou "anti-semita" e para que algum grupo paladino de "defensores da democracia" (???!!!!) lhe atirarem ovos e palavras de ordem. Outros irão procurar na sua infância alguma raíz "extremista" ou uma ligação ou amizade "perigosa". Cá estaremos para ver.

Mas afinal o que escreve Antony Beever para que, numa altura em que se comemorava o aniversário do "Dia D" - com a 'pompa e circunstância' do costume - alguns espíritos mais sensíveis tenham ficado tão incomodados? Parece que referir a morte de cerca de 20 mil civis Franceses (os tais "danos colaterais" do agora) ou a destruição da cidade de Caen, entre outras inúmeras atrocidades, não fica bem entre que nos vinha "salvar"...

O que fica bem é manter a ideia de que, de um lado, estiveram sempre "os maus" e que depois vieram "os bons" para nos "libertar". O que fica bem - mas mesmo bem!, porque raramente se vê um historiador ou um analista de história incomodado com isto - é manter o silêncio perante estas palavas de Winston Churchill:

"Você tem que perceber que esta guerra não é contra Hitler nem contra o Nacional Socialismo, mas contra a força do povo Alemão, que deve ser esmagado de uma vez por todas, independentemente de estar nas mãos de Hitler ou de um sacerdote Jesuíta" (Emrys Hughes, Winston Churchill, His Career in War and Peace, p. 145) - sobre este assunto, podem ler mais aqui.

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