segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Rescrever a História?


Sempre que se fala em Revisionismo Histórico aparece sempre o termo depreciativo de “alguém que pretende reescrever a História”. Reescrever? Ora bem, a História da Humanidade é, por ela própria, reescrita sempre que se descobrem novos dados, novos factos. Sempre que são feitas novas descobertas, as antigas são substituídas por novas teorias, por novas explicações. Até aparecerem as próximas. De paradigma em paradigma.

Não é uma questão que levante muita polémica se não estivermos perante um facto da Segunda Guerra Mundial. A “história oficial”, aquela que foi escrita pelos “vencedores”, teima em prevalecer. O estudo do Holocausto é a situação mais grave. É o único facto histórico protegido pela lei. Ou seja, a simples dúvida ou questão corre o risco de ser encarada como uma “negação”. E negar o Holocausto trás perseguição e imensas retaliações: multas, penas de prisão, saneamentos.

Mas será que alguém “nega realmente o Holocausto”? Não estaremos perante uma dúvida relacionada apenas com a proporção do mesmo ou com o número real de mortos? Não estaremos perante a relação do Sionismo e da criação do estado de Israel e não com a negação da perseguição ao Judeus na Alemanha Nazi?
Mesmo assim, não podemos falar. Falar passou a ser exemplo de duvidar. E para certas pessoas, duvidar de algo com tantos testemunhos e provas é absurdo. Só pode então duvidar quem é “Nazi” e quem quer branquear a história…
Por outro lado, se existem tantos testemunhos e tantos factos provados, do que se tem medo, afinal? Podemos duvidar de tudo, apresentar as teorias mais opostas possíveis às actuais em qualquer patamar da ciência, da história ou até mesmo da religião. Mas quando chegamos à Revisão do Holocausto, levantam-se certas vozes, histéricas e descontroladas, apontam-se dedos em todas as direcções, alertando para todos os perigos possíveis e imaginários.
Dá mesmo vontade de dizer: “… Contudo, ela move-se…”!

Como todos aqueles que acompanham estes assuntos ou este blogue, falar de Revisionismo Histórico é também falar de certos factos pouco conhecidos e divulgados, umas vezes conscientemente, outras não. Quantos já ouviram falar das atrocidades cometidas pelos Bolchevistas contra os Alemães do Volga?
Poucos, certamente. Mas de Hiroshima e Nagasaki muitos já ouviram falar. Foram os tais “bombardeamentos nucleares necessários para a paz”… Para a “história dos vencedores”, esse acto nunca foi considerado um “crime de guerra”. Nem o bombardeamento a Dresden e a outras cidades Alemães já com os Nazis há muito derrotados.

Pelo contrário, Gunter Grass, escritor Alemão e Nobel da Literatura e Simon Jenkins, o antigo editor do "The Times" referiram-se ao bombardeamento de Dresden como um “crime de Guerra”.

Harald Jaehner, crítico literário Alemão afirmou: "Vejam o bombardeamento de Dresden, que apenas constituiu um assalto à população civil."

Dr. Gregory H. Stanton, presidente do Observatório Para o Genocídio, escreveu: "O Holocausto Nazi está entre os maiores genocídios da história. Mas os bombardeamentos Aliados a Dresden e a destruição nuclear de Hiroshima e Nagasaki também foram crimes de guerra”.

Mesmo assim, os EUA consideram que nada disso pode ser considerado um crime de guerra. E até vai mais longe, ao argumentar que Dresden não estava assim tão indefesa...

Rescrever a História? Não. Tentar chegar o mais perto possível da verdade. Sim.

1 comentários:

Diogo disse...

Reescrever Hiroshima e Nagasaki?

O jornalista Walter Trohan do Chicago Tribune publicou, no domingo seguinte à vitória sobre o Japão, a 19 de Agosto de 1945, nas primeiras páginas tanto do Chicago Tribune como do Times-Herald de Washington, a recusa pelos Estados Unidos da oferta de paz do Japão em Janeiro de 1945, sete meses antes de terminar a II Guerra Mundial.

O artigo de Trohan revelou como dois dias antes da partida de Roosevelt para a Conferência de Yalta, que teve lugar a 4 de Fevereiro de 1945, o presidente recebeu um memorando de quarenta páginas do general Douglas MacArthur descrevendo cinco propostas diferentes de altas autoridades japonesas a oferecer os termos da rendição que eram virtualmente idênticos àqueles que foram mais tarde ditados pelos Aliados aos japoneses em Agosto de 1945.

O significado das declarações do general MacArthur ao presidente Roosevelt é colossal. O artigo de Trohan mostra que a guerra no Pacífico podia ter terminado no começo da Primavera e que Roosevelt e Truman (este, a apartir de Abril de 1945) enviaram milhares de rapazes americanos para uma morte desnecessária em Iwo Jima e Okinawa. E, pelo mesmo motivo, também desnecessáriamente, Truman incinerou, em Agosto de 1945, centenas de milhares de civis japoneses em Hiroxima e Nagasáqui com o lançamento de duas bombas atómicas.