(Continuação)
Mind Control: Alguém Está a Tentar Influenciar Você? (I)Mind Control: Alguém Está a Tentar Influenciar Você? (II)CONTROLE DA MENTE E RELIGIÃOPersuasão coercitiva é uma conduta secular. Sendo reconhecida como coerção e "influência indevida", é uma conduta ilegal. Proibição dessa conduta específica protege o próprio Estado e a liberdade de todos os cidadãos de exercer os seus direitos, sem infringir os direitos de livre exercício das organizações religiosas.
A persuasão coercitiva é a antítese da primeira emenda constitucional. Ela produz muito do danoso resultado de uma fraude, aprisionamento sob falsos pretextos, coerção, influência indevida, servidão involuntária, aplicação intencional de angústia emocional, conduta abusiva e outros actos desonestos.
A persuasão coercitiva é a manipulação injusta das fraquezas biológicas e psicológicas e das suscetibilidades de um outro ser humano. É o oposto de caridade e gentileza. É um modus operandi psicológico de uma sociedade totalitária criminosa.
Persuasão coercitiva não é uma prática religiosa. É uma tecnologia de controle disfarçada. Não é uma crença nem uma ideologia. É um processo tecnológico que prejudica a racionalidade.
Como processo ela pode ser examinada separadamente de qualquer mensagem que contenha e que possa ser associada aos seus praticantes. É como examinar os processos técnicos utilizados em indução hipnótica separadamente do estudo do valor ou do significado de qualquer sugestão hipnótica induzida durante o processo. O exame dos processos, nunca das crenças, jamais violará as leis que protegem as religiões.
John Dewey acreditava que "o poder humano de atender aos chamados da razão e da verdade protege a democracia". Qualquer organização usando persuasão coercitiva nos seus membros e que também declare ser religiosa, está fazendo uso da confiança sagrada e dos privilégios da legislação, para torná-la uma fortaleza para abuso psicológico. Está disfarçadamente distorcendo o conceito de "liberdade de crença" para negar o nosso mais fundamental direito constitucional que garante racionalidade irrestrita na nossa liberdade de pensamento e livre arbítrio.
Liberdade religiosa não pode existir sem haver primeiro uma proteção absoluta para a liberdade de pensamento. Liberdade religiosa sem liberdade de pensamento é um absurdo.
COMO AVALIAR SE UM GRUPO É UMA SEITA DESTRUTIVAPergunta: Qualquer pessoa pode atacar injustamente um grupo com o qual não concorda, por meio de denúncia de que se trata de uma seita ou declarando que utiliza controle mental coercitivo. Como é que a FACTNet evita esse tipo de problema e define de maneira justa se um grupo se constitui ou não numa seita?
Resposta: FACTNet utiliza critérios específicos para determinar se um sistema de controle da mente foi ou não utilizado, e não sugere que organizações sejam seitas destrutivas ou perigosas sem uma cuidadosa pesquisa que permita comparar se a evidência se encaixa nos critérios específicos ou não. Há três grupos de critérios:
O primeiro grupo vem da utilização ou não de uma série de táticas de controle da mente. Favor ver "Uma abordagem técnica das táticas de controle da mente"
para detalhes.(Desde 1993, a discussão, recursos e apoio para a recuperação de práticas abusivas de Religiões e Seitas) SITE EM INGLÊS - TENTE ACESSAR O ENDEREÇO PELO GOOGLE JUNTAMENTE COM O TRADUTOR.
O segundo grupo de critérios tem a ver com a definição de outros elementos comuns aos sistemas de controle da mente, conforme o Modelo de Oito Pontos para Reforma do Pensamento , de Robert Jay Lifton. Ver no endereço acima. Se muitos pontos desse modelo estiverem sendo usados numa seita, trata-se provavelmente de uma organização perigosa e destrutiva.
O terceiro grupo de critérios tem a ver com a definição dos elementos comuns aos cultos perigosos e destrutivos. O trecho a seguir ajudará a clarificar quais são alguns dos elementos específicos e quais são os critérios.
CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS SEITAS POTENCIALMENTE DESTRUTIVAS E PERIGOSASA seita é autoritária na sua estrutura de poder. O líder é visto como a autoridade suprema. Ele ou ela pode delegar algum poder a alguns subordinados com o propósito de observar que os membros aceitem os desejos do líder e suas regras.
Não é possível apelar para outros sistemas superiores de justiça fora desse sistema. Por exemplo: se um professor sentir-se tratado injustamente por um director de escola, ele pode apelar para outra autoridade. Numa seita, o líder reivindica ter o poder final sobre qualquer desacordo.
Os líderes das seitas tendem a ser carismáticos, determinados e dominadores. Eles convencem seus seguidores a abandonar suas famílias, empregos, carreiras e amigos para segui-los. Eles (e não os indivíduos) assumem o controle sobre todas as posses de seus seguidores, inclusive seu dinheiro e suas vidas.
Os líderes se auto-elegem, são pessoas messiânicas que declaram ter uma missão especial na vida. Por exemplo: os líderes do culto aos discos voadores afirmam que povos do espaço os escolheram para conduzir as pessoas a locais especiais para aguardar pelas naves espaciais.
Os líderes de seitas centralizam toda a veneração dos membros para si mesmos.
Sacerdotes, rabinos, ministros, líderes democráticos e líderes de movimentos genuinamente altruístas orientam toda a veneração dos seus seguidores para Deus, princípios abstratos e objetivos coletivos. Os líderes de seitas, ao contrário, mantêm -se como focos do amor, devoção e fidelidade.
As seitas tendem a ser centralizadoras no controle do comportamento de seus membros. As seitas tendem a planejar em detalhes o que os membros poderão vestir, comer, onde e quando trabalhar, dormir, tomar banho, assim como sobre o que podem crer, pensar e dizer.
As seitas tendem a ter um duplo código de ética. Os membros são encorajados a serem abertos e honestos com o grupo e fazer confissões a seus líderes. Em compensação, são encorajados a enganar e manipular pessoas de fora, não-membros. As religiões estabelecidas ensinam seus membros a serem honestos e verdadeiros para com todos e a seguirem um só código de ética.
Uma seita tem basicamente dois objetivos: recrutar novos membros e levantar fundos. Religiões e movimentos humanitários também recrutam e levantam fundos. No entanto, seu propósito não é apenas tornar-se maior; tais grupos têm por objetivo melhorar a vida de seus membros e de toda a humanidade. As seitas afirmam fazer contribuições para a sociedade, no entanto isso fica só na promessa. Seu foco é sempre dominar através do recrutamento de novos membros e do levantamento de fundos para se manterem.
A seita parece ser inovadora e exclusiva. O líder afirma estar recusando a tradição, oferecendo algo novo, e instituindo o único meio de mudança viável, que resolverá os problemas da vida e os males do mundo. Enquanto afirma isso, a seita então , de maneira sub-reptícia usa sistemas de coerção psicológica em seus membros para inibir sua habilidade de avaliar a veracidade das promessas do líder e da seita.
CULTOS ENTRE NÓS
Dra. Margaret Thaler SingerUma das principais autoridades no tema de persuasão coercitiva, Margaret Thaler Singer, Ph.D.,é psicóloga clínica e professora adjunta emérita da Universidade da Califórnia, em Berkeley. No exercício de sua função ela entrevistou e aconselhou mais de 3.000 membros atuantes ou ex-membros de seitas, seus parentes e amigos.
A Dra. Singer é a autora do livro "Cultos entre nós", que apresenta o resumo de 50 anos de trabalho no assunto. Na década de 50, como psicóloga veterana no laboratório de psicologia do Instituto Militar de Pesquisa Walter Reed, ela trabalhou com o Dr. Robert Jay Lifton e outros que estudavam prisioneiros de guerra da guerra da Coréia. Foi então que ela encontrou as formas de persuasão coercitiva ou programas de reforma de pensamento aos quais, não apenas prisioneiros de guerra mas também civis de várias origens, foram submetidos no Oriente. Ela também entrevistou um número de padres jesuítas que também foram submetidos aos programas de reforma de pensamento quando aprisionados na China.
Em função de seu trabalho anterior no Walter Reed, a Dra. Singer estava familiarizada com a história de persuasão coercitiva em muitas situações através da História. A seguir, estudos de laboratório realizados por psicólogos sociais, estudos de campo sobre influência realizados por antropólogos, e análise da propaganda feita por analistas políticos e lingüistas, tornaram-se úteis quando ela começou a estudar a atuação de seitas atuais e de outros grupos que utilizam processos de reforma de pensamento para induzir mudanças comportamentais e de atitude em seus membros, como eles usam as palavras para persuadir, controlar e até prejudicar as pessoas.
Na década de 60, a Dra. Singer escreve na introdução do livro Cultos Entre Nós:
"Eu comecei a ser procurada por famílias em que havia membros desaparecidos - geralmente a pessoa desaparecida era jovem, entre 18 e 25 anos, e tinha se envolvido com uma ou outra das seitas que estavam apenas começando naquela época. Os familiares e conhecidos revelavam que tinha havido uma mudança na personalidade do desaparecido, uma nova maneira de falar, emoções contidas, um corte com a família e o passado. Reconheci o que me parecia ser os efeitos de um programa de reforma de pensamento ou o tipo de persuasão intensa e os controles sociais que eu já havia estudado por tanto tempo, coisas que, até então, só acreditávamos acontecessem em lugares longínquos. Mas agora, era bem aqui em casa".
Na sua introdução a Dra. Singer define seitas em termos que permitem ver com clareza a relevância desse assunto para todos nós:
"Há muitas definições e pontos-de-vista sobre o que é uma seita , e às vezes, escritores, estudiosos e até mesmo ex-membros evitam usar o termo. O termo "culto" ou "seita" implica em alguma coisa estranha, alguma coisa não muito normal, algo que não bom para nós, Mas como é mostrado no livro Seitas Entre Nós, seitas estão longe de ser marginais e aqueles que pertencem a elas não são diferentes de você ou de mim. Os assuntos que elas representam são fundamentais para nossa sociedade, para a nossa compreensão do outro, e para a nossa aceitação de nossas vulnerabilidades e para o potencial de abuso no nosso mundo.
"Neste livro usarei o termo "culto" ou "grupo cúltico" para me referir a qualquer um dos muitos grupos que brotaram em nossa sociedade e que têm muitas semelhanças na maneira como surgiram, na sua estrutura de poder e na maneira como são governados. Cultos variam desde os mais benignos até aqueles que exercem um controle extraordinário sobre as vidas de seus membros e que usam processos de reforma de pensamento para influenciar e controlar seus membros. Apesar de que a conduta de certos cultos dão margem a crítica pelos não-membros, o termo culto não é, por si só pejorativo mas simplesmente descritivo. Ele denota um grupo que se forma em torno de uma pessoa que afirma ter uma missão ou um conhecimento especial, que será compartilhado com aqueles que abrirem mão de sua liberdade de decidir sobre suas vidas em prol do auto-denominado líder.
"Há cultos de todos os tamanhos, em torno de qualquer tema, e que recrutam pessoas de todas as idades e de todos os tipos. Nem todos os cultos são religiosos, como muitas pessoas pensam. As razões para sua existência podem ser religiosas, com base em estilo de vida, políticas ou em torno de variadas filosofias.
Nem todo mundo que é abordado por um recrutador do culto, se associa, e entre aqueles que assim o fazem, nem todos permanecem para sempre. Os cultos variam em função do seu poder político ou financeiro. Alguns são fenômenos locais com apenas 12 membros. Outros, têm milhares de membros, administram negócios internacionais e controlam complexas organizações no valor de muitos milhões, ou até muitos bilhões de dólares."
Mais além, em sua introdução, a Dra. Singer compara a visão de George Orwell de uma utopia negativa na sua clássica obra "1984", com o mundo interno dos cultos atuais:
"Cultos atuais e grupos de reforma de pensamento tendem a oferecer utopias, lugares onde todos os males da humanidade serão curados. A atração que o culto tem é que, se você vier também, você estará salvo e todos viverão felizes para sempre.
"De tempos em tempos, pessoas têm escrito sobre tais promessas utópicas, mas também têm escrito sobre seu outro lado, que podem ser chamadas de utopias negativas. Em 1949, George Orwell escreveu a respeito da utopia negativa que ele temia estivesse evoluindo, talvez para acontecer em 1984. Outros antes dele, como Daniel Defoe, Aldous Huxley e Jack London, também escreveram sobre utopias negativas nas quais os sistemas políticos gradualmente tolhiam e eventualmente neutralizavam de maneira criativa, científica e caridosa,a mais básica capacidade das pessoas - a de raciocinar. Nesses governos reais ou imaginários, a tortura, as drogas e técnicas misteriosas e esotéricas eram os métodos temidos pelos quais as pessoas poderiam ser controladas.
"O génio de Orwell permitiu perceber que combinações de técnicas psicológicas e sociais são mais fáceis e mais baratas do que os métodos coercitivos tipo arma-na-cabeça. Persuasão psicológica e social provavelmente também atrairão menos atenção e mobilizarão muito menos oposição de maneira fácil e rápida por parte daqueles sendo manipulados. Orwell ponderou que, se um governo puder controlar toda a mídia e as comunicações interpessoais e ao mesmo tempo forçar os cidadãos a um discurso politicamente controlado, pode extinguir todo pensamento independente. Se o pensamento puder ser controlado então, poder-se-ia evitar ações de rebelião contra o regime. Não somente no seu livro 1984, mas também em ensaios sobre política e o idioma inglês, Orwell enfatizou o poder das palavras. Palavras representam pensamentos, e, sem a capacidade de expressar pensamentos, as pessoas perdem o acesso à sua própria capacidade de pensar.
"Quando o ano 1984 chegou, vários governos totalitários estavam controlando e censurando a mídia e dizimando indivíduos dissidentes. E, no decorrer dos anos, muitas versões dos livros de Orwell como Big Brother, Newspeak e Thought Police, alguns terríveis e outros mais sutis, apareceram aqui e ali , em todos os lugares. As predições de Orwell podem nunca se concretizar completamente devido às maravilhosas propriedades da mente humana quando tem liberdade para raciocinar. Mas suas idéias servem como um alerta sobre o quão fortemente o pensamento das pessoas pode ser influenciado.
"Desde a década de 60, têm surgido movimentos, não governamentais, mas de grupos empresariais independentes que se dedicam ao negócio de manipulação da mente e mudança de personalidade. Miríades de falsos messias, charlatães e líderes de cultos e de grupos de reforma de pensamento emergiram e utilizam as técnicas de manipulação orwellianas. Eles recrutam os curiosos, os não-filiados, os confiantes e os altruístas. Eles prometem utopias intelectuais, espirituais, políticas, sociais e de auto-realização. Esses modernos flautistas de Hamelin oferecem, entre outras coisas, caminhos para chegar a Deus, salvação, revolução, desenvolvimento pessoal, iluminação, saúde perfeita, crescimento psicológico, igualdade, canais para comunicar-se com entidades de 35.000 anos de idade , vida em ecosferas, e contato com seres extraterrestres.
"Há realmente um grande banquete de cultos espirituais, psicológicos, políticos e de outros tipos buscando membros e devotos. Contrariando o mito de que aqueles que se filiam aos cultos são buscadores, é o culto que sai ativa e agressivamente em busca de seguidores. Eventualmente, aqueles grupos submetem seus seguidores a tratamentos para anestesiar a mente e bloquear a capacidade de pensamento crítico e também a capacidade de avaliação, e subjugam sua livre escolha dentro de um contexto de hierarquia rigidamente forçada.
"A sabedoria dos tempos indica que a maior parte da manipulação é sutil e disfarçada. Quando Orwell comentou sobre essa sabedoria, ele tinha em mente a evolução de um insidioso e bem sucedido manipulador de mentes e opiniões. Ele se apresentaria como um sorridente e aparentemente benigno "Irmão Maior" (Big Brother). Mas, ao invés de um Big Brother, hoje em dia vemos hordas de Big Brothers no mundo. Muitos deles são líderes de cultos."