sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Donald Rumsfeld e a Tamiflu


(Traduzido por Vinícius Morais Simões)


A subida das acções de Rumsfeld com o Tamiflu

Secretário de Defesa e ex-presidente de detentora de direitos sobre o tratamento da gripe vê o valor dos seus investimentos de portfólio crescer.

Nova Iorque (Fortune) – As previsões sobre a escalada de uma epidemia de gripe aviária podem estar assustando muitas pessoas ao redor do mundo, mas estão provando serem notícias muito boas para Donald Rumsfeld e outros investidores com ligações políticas na Gilead Sciences, a companhia de Biotecnologia sediada na Califórnia que detêm os direitos sobre o Tamiflu, o remédio sobre influenza que agora é o remédio para tratamento mais procurado do mundo.

Rumsfeld trabalhou como presidente da empresa de pesquisas médicas Gilead de 1997 até 2001 - período no qual começou a trabalhar para a administração Bush - e ainda detém ações sobre a Gilead que variam de 5 a 25 milhões de dólares, de acordo com a declaração de bens federal preenchida por Rumsfeld.

A declaração de bens não revelam o número exato de ações que Rumsfeld detém, mas nos últimos seis meses, o medo de uma pandemia e a conseqüente corrida pelo Tamiflu fizeram o valor das ações da Gilead subir de 35 para 47 dólares. Eventos esses que tornaram o Chefe do Pentágono, que já era um dos membros mais ricos do gabinete do Presidente George Bush, pelo menos 1 milhão de dólares mais rico.

Rumsfeld não é o único peso-pesado da política lucrando com a demanda pelo Tamiflu, que é fabricado e vendido pela gigante farmacêutica suíça Roche. (A Gilead recebe royalties da Roche equivalente a 10% das vendas). O antigo Secretário de Estado George Shultz, que também faz parte do corpo diretor da Gilead, já lucrou mais de 7 milhões com ações da empresa desde o começo de 2005.

“Não tenho conhecimento de nenhuma outra companhia de biotecnologia que tenha ligações políticas tão fortes”, diz o analista Andrew Macdonald da empresa Think Equity Partners de São Francisco.

Ainda há mais: o Governo Federal está se tornando um dos maiores fregueses do Tamiflu. Em Julho, o Pentágono solicitou mais de 58 milhões de dólares relativos ao tratamento das tropas norte-americanas ao redor do mundo, e o congresso está considerando uma aquisição multibilionária. A Roche têm expectativas para vendas em 2005 da ordem de 1 bilhão de dólares, comparadas aos 258 milhões relativos a 2004.

Rumsfeld se reservou a não tomar quaisquer decisões envolvendo essa empresa quando se tornou Secretário de Defesa em 2001. E no último mês, como observou um oficial sênior do Pentágono, Rumsfeld foi mais além propondo ao Pentágono elaborar instruções adicionais relativas ao que ele poderia ou não se envolver caso houvesse uma epidemia de gripe aviária à qual o Pentágono tivesse que responder.

À medida em que o assunto da gripe foi esquentando no começo do ano, de acordo com o oficial do Pentágono, Rumsfeld considerou se desfazer de todas as suas ações da Gilead e procurou o conselho do Departamento de Justiça, o SEC (Comissão de Valores Mobiliários) e o Escritório Federal de Ética no Governo.

Essas agências não ofereceram uma recomendação, portanto Rumsfeld consultou um advogado da área econômica que o aconselhou de que seria mais seguro manter as ações e tornar o seu afastamento público a vender as ações e correr o risco de ser acusado de vender informações privilegiadas, coisa que Rusmfeld acredita não possuir. Portanto, até o momento, Rumfesld mantém as suas ações.


Consulte também:

http://en.wikipedia.org/wiki/Gilead_Sciences#Product_portfolio

http://en.wikipedia.org/wiki/Donald_Rumsfeld#Business

http://www.gilead.com/product_chart

http://www.gstock.com/quote/gild.html


In a world without fences, who needs Gates?


Podem ler o original
aqui.

1 comentários:

Diogo disse...

O Rusmsfeld é apenas um testa de ferro mexilhão nesta história toda.