terça-feira, 19 de maio de 2009

As Vitórias do Revisionismo do Holocausto (XIX)


19) Em 2002, R. J. van Pelt, anteriormente mencionado, publicou The Case for Auschwitz. Evidence from the Irving Trial, Indiana University Press, XVIII, 571 p. Como se sabe, David Irving que é, quando muito, um semi-revisionista e que conhece mal a argumentação revisionista, perdeu o processo por difamação que tivera a imprudência de intentar contra a universitária judia americana Deborah Lipstadt. Tentou ineficazmente defender a tese – perfeitamente correcta de resto – segundo a qual não existiram câmaras de gás homicidas em Auschwitz. Mas, não obstante, marcou um ponto essencial e, se o juiz Charles Gray e outros juízes depois de si tivessem tido mais coragem, esse ponto deveria ter-lhe permitido vencer o pleito. O argumento resumia-se a uma fórmula de quatro palavras que eu havia lançado em 1994: «No holes, no Holocaust» ["Nenhuns buracos, nenhum Holocusto"]. O meu raciocínio havia sido o seguinte: 1. Auschwitz está no centro do «Holocausto»; 2. Os grandes crematórios de Auschwitz-Birkenau, ou Auschwitz-II, estão no centro do vasto complexo de Auschwitz; 3. No coração desses crematórios encontravam-se, ao que se diz, uma ou várias câmaras de gás homicidas; 4. Hoje apenas um desses crematórios (o crematório nº. 2), apesar de estar em ruínas, permite ir examinar a divisão que se pretende ter sido uma câmara de gás homicida; é o lugar presumido de um presumido crime; 5. Afirmam-nos que para matar os detidos judeus amontoados nesse espaço, um SS deslocando-se sobre o tecto de betão da dita câmara de gás, despejava o granulado de Zyklon-B através de quatro orifícios regulares situados no tecto; 6. Ora é visível à vista desarmada que tais orifícios jamais existiram; 7. Logo, o crime não pode ter sido cometido.
R. J. van Pelt, testemunhando contra David Irving, sofreu mil torturas para tratar de encontrar una refutação a este argumento. No final de contas, nem ele nem os seus colaboradores o conseguiram. O juiz Gray, também teve, por sua vez, que reconhecer «the apparent absence of evidence of holes» ["a aparente ausência de provas de buracos"] (acta verbatim, p. 490) e, de maneira mais geral, concedeu que «contemporaneous documents yield little clear evidence of the existence of gas chambers designed to kill humans» ["documentos contemporâneos aclaram pouco as dúvidas sobre a existência de câmaras de gás projetadas para matar seres humanos"] (p. 489; para mais detalhes, vejam-se as páginas 458-460, 466-467, 475-478 e 490-506). No próprio texto do julgamento, Charles Gray reconhece a sua surpresa: «I have to confess that, in common I suspect with most other people, I had supposed that the evidence of mass extermination of Jews in the gas chambers at Auschwitz was compelling. I have, however, set aside this preconception when assessing the evidence adduced by the parties in these proceedings» ["Tenho que confessar que, tal como a maioria das outras pessoas, as provas do extermínio em massa de Judeus nas câmaras de gás em Auschwitz eram convincentes. Tenho, no entanto, que colocar de lado este preconceito quando estiver a avaliar as provas apresentadas pelas duas partes em disputa neste processo"] (13.71).
O fracasso dos historiadores-acusadores encontra-se aqui patente e David Irving devia ter ganho o seu julgamento graças a essa constatação de um juiz que lhe era hostil: decididamente os documentos da época não nos revelam senão poucos elementos de prova, que sejam claros, da existência das câmaras de gás nazis e, por conseguinte, de uma política alemã de extermínio dos judeus. Não é esta, ao fim e ao cabo, a conclusão a que já chegavam, como anteriormente observámos, muitos historiadores judeus, a começar por Léon Poliakov em 1951?

4 comentários:

Diogo disse...

Tens algum link para as páginas do texto do julgamento (de sites não ligados ao revisionismo)? Era interessante traduzir.

Johnny Drake disse...

Como não poderia deixar de ser, o Nizkor tem o julgamento:

http://www.nizkor.org/hweb/people/i/irving-david/judgment-00-00.html

mas o Gott mandou-me também um outro link que eu infelizmente não gravei...

Leo Gott disse...

Eis o link amigos:

http://www.hdot.org

Bom proveito!

Evandro Cristofolini disse...

Interessante a questão.
À propósito, alguém de vocês já leu o livro chamado, A MALA DE HANA??
Esse livro está sendo enviado às escolas públicas pelo MEC para a leitura de jovens adolescentes. Diz na capa do livro que já foram tiradas 1.500.000 cópias pelo mundo, traduzidas em várias línguas!
Quando este chegou na escola onde trabalho, tratei logo de ler e constatei o óbvio, que a "história real parece não ter sido tão real assim". O lívro apresenta inúmeras falhas e contradições!
Deixo o link do meu blog, se alguém quiser ler o comentário que eu fiz a respeito do livro: www.evandrocristofolini.blogspot.com

Infelismente esse livro já está sendo considerado como uma das principais referências sobre o holocausto. Com certeza o foco é continuar reproduzindo a história "tradicional", temos que abrir os olhos dos nossos jovens leitores!